Em homenagem à Liz.

no dia 30 de janeiro de 2010



Numa quente, preguiçosa e clara manhã de sábado, vendo o vídeo acima, só uma coisa me vem à mente: Como o tempo passa rápido!
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Parece que foi ontem a gente tentando traduzir (advinhar) o que diziam as músicas em inglês...
Como vivíamos sem internet, celular, computador? Não sei imaginar... Tínhamos que esperar alguma emissora de TV exibir algum vídeo que queríamos ver, já que não existia You Tube.
E ouvir FM na expectativa de ouvir "aquela" música? Haja memória pra decorar "Faroeste Caboclo" ouvindo só no rádio... e o pior, foi que eu decorei!
Gente (espanto), somos da época do LP!!! Eu própria me sinto um fóssil aos 36 anos falando isso. E era "o acontecimento" comprar um LP. Tudo bem que nosso gosto não era dos melhores, levando em consideração que gastávamos o único dinheiro em Menudo, Dominó, New Kids on The Block e qualquer outra boy band que aparecesse... (afff...rs). 
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Eu, que sou completamente internética, nem posso imaginar o mundo sem a velocidade das informações úteis (?) que nos bombardeiam os sentidos a cada segundo aqui.
E era igualmente inimaginável naquela época, sem computador, que euzinha iria arrumar aos 29 anos um namorado pela internet e me casar com ele dois anos depois.
Blog, site, e-mail, tudo coisa surrealista! Muito Jetsons para nós que vivíamos na era Flintstones. E nos abalávamos? Claro que não. Nos divertíamos muito com as revistas Capricho e líamos tudo que aparecesse. Escrevemos em parceria um livro com a história da família, claro, que ilustrado e divertidamente exagerado num caderno de capa dura amarelo. Chamava-se "The Monsters". Pelo título pode-se imaginar o conteúdo. Mas que era engraçadíssimo, isso era!
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Acreditávamos ser politizadas, rebeldes, atemporais, enfim, tendência. E porque acreditávamos, éramos.
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O fato é que, como eu sempre digo, felicidade tem a medida do nosso momento, e naquele momento ser feliz era esperar pelo próximo final de semana, descobrir (por telefone) onde iria se reunir a "galera" e tratar de se divertir, de forma ingenuamente saudável...
Inconformadas com a cor tipo branco gesso da nossa pele, adorávamos o sol como a um Deus, e nos aproveitávamos de cada raio até dar bolhas na pele, tudo sem filtro solar, lógico. O duro era dormir depois no calorão de costas ardidas... E era só sarar que íamos de novo!
Era variar no figurino tomando roupas emprestadas das irmãs, amigas, vizinhas da esquerda e da direita e se sentir na semana de moda.
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Era principalmente rir, rir, rir, pausa, e rir mais um pouco.
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Naquela época, nós duas achávamos que éramos difererentes, especiais. Muito tempo depois, duas pós balzaquianas, nós temos certeza disso!

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*Tudo bem que os efeitos especiais do clipe não são lá dignos de nenhum "Avatar" e que aquilo no dente do Mick Hucknall mais parece resíduo de alimento, mas funciona como uma chave que abre as portas do passado. 

**Antes de terminar, uma confissão: Eu tenho todas as músicas do Menudo e New Kids on The Block decoradas até hoje!

***Tinha esquecido de dar os devidos créditos à minha prima Lílian, que era a única que trabalhava na época e era quem comprava as revistas Capricho pra nos deixar antenadas, sem contar o imenso guarda roupas que colocava à nossa disposição por livre e espontânea pressão.

Cíclica

no dia 28 de janeiro de 2010

Mais uma semana de trabalho.
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Semana de arrecadações de donativos para o Haiti no Fórum.
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Certas coisas fazem as coisas valerem a pena!
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Agora, passando à parte egoísta do post, vou ver se sobrevivo a mais um final de semana na BR 153.
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Cada coisa tem uma razão... e pensando na sensação de ser sepultado vivo que muitos milhares sentiram no Haiti, a vida de nômade nem parece ser tão ruim... Mas, copiando a idéia do Millôr Fernandes, de todos os males do mundo, o meu é o pior, pois acontece comigo!
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Depois de chegar em Goiânia é só ligar o cronômetro, voltar prá Itumbiara e começar tudo de novo.
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Tenho a sensação que a vida vai passando em ciclos. Tão cíclica quanto meu humor, meu entusiasmo, alegria, como tudo no mundo.


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